quinta-feira, 15 de novembro de 2012

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Tome um gole de pinga, 
E beije meu rosto. 
Fume um cigarro, 
 Eu não me importo com o gosto. 




Mãos deslizando pelo corpo, respiração compassada, desejo sedento correndo nas veias. Aproximo-te de ti e você já sabe, é chegada a hora. Reclino minha cabeça em teu ombro, nossos corpos se encaixam, é a nossa rotina. Tendo a silenciosa Jane como companhia, observamos o céu e rimos à toa. Minhas pernas cruzam-se sobre as tuas. Você me morde, eu te arranho; tu deixas minha perna roxa e eu arranco-lhe sangue que de tanto amor já bebi. Você me bate na bunda, nunca te contei mas a verdade é que adoro, assim como gosto de bater em teu rosto deixando-te nervoso.

Somos dois jovens sem futuro nenhum usufruindo da liberdade que não possuímos, vivendo sem ter noção do perigo presente em nossos atos de luxúria. Olhos ardendo em chamas, será que somente eu consigo notar? Meu corpo é pagão, mas o que fascina mesmo é a minha pureza que não sabem ser só fachada. Sou imunda, sou toda tua e posso ser de qualquer um. E estas mentiras saem da minha boca sem que eu possa controlar, sou um grotesco erro que combina com tua alma defeituosa, tua descarada falta de caráter e o orgulho em ser um projeto de Bukowski.

Você já enxugou minhas lágrimas quentes feitas de decepções acumuladas quando o mundo tinha me esquecido, aqueceu-me com tuas mãos quentes e macias fazendo com que eu me sentisse humana; trouxe-me para casa e foi gentil, sabes que não combina com teus olhos de Ogum e sangue frio que só se aquece com meu corpo ou uma garrafa de Montilla. Você é o tipo de cara errado descrito em livros de escritores brutalistas marginal, mórbido, amoral, ameaçador. Do tipo que quebra a cama trepando e não se importa em consertar, que só fica eufórico por meio do pó, que se encanta com qualquer par de peitos (e que sabe como chupá-los), que namora para não ficar só e trai a namorada porque simplesmente não liga. Não se prende a ninguém, és livre de si mesmo e me faz pensar em quem somos, como pudemos nos tornar um nós tão só nosso.

Você é ferro, eu sou fogo.

Sou tudo o que você não pode ver e você é aquilo que vai além da minha alta capacidade de compreensão. Somos avessos do mundo, diferentes e juntos. No bar de quinta categoria em que nos conhecemos, o primeiro beijo que você me roubou, os assuntos tortos que sempre insiste em tocar, o potencial que eu sempre enxerguei em ti não me deixa fugir. Meu pensamento é bem teu.

Não suponho nada, somos duas certezas: você é meu, e eu sou tua.

3 comentários:

Irene Chemin disse...

Camila, eu nunca tinha me identificado tanto com um texto teu. E está maravilhoso! Você escreve pouco, mas sempre que sai, sai algo incrivelmente foda. Foda demais. Estou apaixonada por cada palavra escrita. Parabéns, diamantezinho! Cada dia você me surpreende mais.

Letícia (Letcetera) disse...

Que perfeito! Tu escreves muito bem Camila, dá pra sentir cada palavra, cada ação que tu descreve, fica tudo muito real e maravilhoso... Parabéns <3

Anônimo disse...

Nunca li um texto romântico com um erotismo tão agradável quanto o que você usa. Como consegues fazer isto? Parabéns pelas palavras cativantes que tu escreves, Camis.