terça-feira, 2 de abril de 2013

Life's a bitch, now am I.

A menina sem rosto me visitou.

Chegou de repente, sem aviso prévio, sem apresentações. De novo.
Veio cobrar as promessas minha não concretizadas.
Eu a ignorei.
Sua aura tornou-se turva e densa, não tive forças para suportá-la e desfaleci. Ela me acordou com um banho de relamações quietas e xingamentos silenciosos, meu sangue subiu a cabeça e corei, ela percebeu e riu. Gargalhou.
Em comparação à sua essência, eu era um ser medíocre e quase completamente vazio.
Mas isso não importava.... Não mais.
Então eu levantei-me irada, apontei todos os podres defeitos que a garota sem rosto tinha, a começar por sua máscara intocável. Quem era ela para me julgar?
Dei com a porta na sua cara e mandei nunca mais voltar.


Quão suave os dias tem passado....
Ah, quanta brandura.
Dolce far niente.


Mas lá vem, novamente, a danada menina sem rosto me atormentar.
Ela me deu uma missão e eu simplesmente não cumpri, dei minha palavra e cá estou eu, como antes, intacta em minha melancolia de não fazer nada.
"Menina sem rosto, perdoe-me.
Perdoe-me, eu vou melhorar, vou mudar.
Encherei você orgulho, espere e verás."
Sem reação.

- Mas, querida, hoje não estou aqui para lhe atormentar. Vim apenas retirar o que é meu. - disse com um tom ríspido
- O que mais quer de mim?
- Na verdade, eu queria... Eu quis tudo. E você não foi capaz de me dar.
Hoje quero seu rosto.
Hoje eu vim te buscar.

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