Escreva, escreva sem parar, até não ter mais tinta na caneta, até a ponta do lápis quebrar, até a bateria do notebook acabar, até não ter mais página em branco, até não ter mais onde guardar tanto papel, até você não ter mais tempo de fazer outra coisa. Escreva. Escreva até dar sossego ao coração, até vomitar os prantos. Escreva, meu bem, escreva porque é terapia, porque desafoga as mágoas, porque preenche a solidão, porque desafia a mente e dá sentido ao viver. Escreva para salvar o mundo, escreva para destruí-lo também. Escreva para matar o tempo, para registrar memórias, para relembrar bons tempos, para ressignificar derrotas.
Escreva porque ninguém mais pode fazer isso senão você.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
500 palavras
Eu não sei o que espero do
mundo, mas tenho grandes aflições em pensar no que ele espera de mim. Ser bonita,
ter um namorado, me sair bem na faculdade, me sobressair no trabalho, ser
honrada filha, neta, sobrinha e prima, não soltar pum, ter um dieta
equilibrada, fazer exercícios regularmente, ser simpática, sexy sem ser vulgar,
ter um projeto de vida e – o que mais me causa mal estar – ser feliz.
Não estou pronta para nada
disso.
Eu só penteio meu cabelo quando
o lavo, e isso é só de três em três dias. Estou transitando para solteirice e
abraçando esse “status” com muito alívio, se for para namorar que seja com um cara
e uma mina ao mesmo tempo. Heteronormatividade e monogamia sucks! Eu odeio com
todas as minhas forças estar numa universidade católica embora não exista forma
de obter mais certeza que eu estou no curso correto e isso acarreta em: eu sequer
tenho um emprego de verdade, a realidade é que fico passeando pra lá e pra cá
com a minha tia. Em falar em família, cago e ando para o valor moral da família
e do sobrenome, mas nada contra a galera que partilha de alguns dos genes
comigo, inclusive muito agradecida, viu gente? Sobre soltar pum: não é
regularmente mas eu faço isso onde quer que eu esteja, apenas baixinho para
ninguém ouvir. Uma vez minha prima disse que japoneses, reis e rainhas da
saúde, nunca deixam de soltar pum ou arrotar não importa onde estejam porque o
organismo tem que se seguir seu fluxo ou coisa parecida. Eu aderi esta causa. Eu
também larguei a carne e, oh my fuck, “você vai ter anemia, menina!”. Tudo bem, gente, não será uma
grande perda. Até porque eu lembro que não tenho um plano de vida mesmo, sequer
um esboço. Sim, estou cursando Psicologia, vou fazer mestrado, doutorado e
comprar uma casa, e juro que é como se fossem etapas tão naturais quanto as
pessoas esperam de nascer, crescer, reproduzir, envelhecer, morrer, que não são
imutáveis também, exceto o Psicologia e comprar uma casa, e nascer e morrer que
são inevitáveis. Há alguns anos atrás, quando me imaginava mais velha, eu
esperava ser celebridade, bem sucedida e magra aos 18 anos, e hoje ainda fico
pensando “que merda, hein...” e cheguei a conclusão que a vida é assim mesmo, infelizmente.
Não muda, não muda... entretanto, está sempre mudando. Paradoxal, constante
inconstante e que parece que, sem querer, eu acompanho isso.
Eu já disse para tantas pessoas
por tantas vezes o quanto eu estou tão cansada que me embrulha o estômago
imaginar que eu possa ser levada a sério, que é o que tanto desejo, carregando
essas ideias, me portando e me apresentando dessa forma desajeitada que sou sou
por aí.
Talvez daqui uns anos eu lamente
o conformismo, mas é melhor que muitos medos que eu estou cansada de carregar.
Isso é o mais próximo que eu
consigo chegar de apertar o botãzinho do foda-se.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Ele me confunde poster do Eddie da Iron Maiden, eu o confundo com o meu edredom.
Minha garganta aperta quando não estás aqui,
brota todo aquele aperto no peito clichê de apaixonada e me irrita o fato de
saber que estou sofrendo de mais uma doença, desta vez a mais bela de todas, o
amor.
As falsas pílulas de felicidade com doses
elevadas constipam meu prazer e nada posso fazer senão me esforçar em dar prazer
ao meu amado. O tempo não me deixa gozar, minha incompetência não me deixa
gozar, os antidepressivos não me deixam gozar enquanto eu só consigo pensar em
ti.
Os vizinhos brigam, mais uma vez abusos vindo de
um machista.
Tu não és assim.
É por isto que te quero aqui, eu te quero aqui
agora.
Eu não quero passar meu tempo assistindo séries,
eu quero passar meu tempo te amando.
domingo, 29 de junho de 2014
Texto Motivacional de Facebook.
Algumas vezes você só quer enviar amor, sabe?
Para todo mundo mesmo, qualquer um.
Para quem você ama e odeia, para os detestáveis,
os miseráveis de alma, para os adoráveis, para os bonitos de alegria, para os
sortudos, para quem sofre, para quem causa sofrimento e para quem está aí para
tentar interrompê-lo.
É só aqueles momentos em que você se enche de
esperança, de amor, e quer que outros tenham também, então você envia. Através
de fé, de pedidos velados e de coração em oração. E você decide que vai se
prontificar, que vai abraçar a causa e sair gritando o amor para todos e todas,
a começar por tentar ligar para aqueles que você possui o número no seu celular
na tentativa de comunicar, e, então, você percebe que não se trata dos outros
ou de tentar fazer com que participem disso.
Trata-se de você enviando um bom montante de
bons pensamentos, esperança e amor.
E foda-se se por ventura desligarem na sua cara
ou ignorarem sua chamada, é você cheio de coisa boa tentando multiplicar, como
poderia ser ruim?
A vida é cruel mas a esperança faz a gente criar
uma outra maneira de ser possível ficar feliz, e não me digam que não porque
senão ninguém seguiria em frente após notas ruins, dinheiro perdido, fim de
relacionamento, demissão, traição, pote de sorvete com feijão dentro, ônibus
perdido, despedidas, morte.
Apesar de tudo, sempre vai ter uma nota
surpreendente, uma nota de dois reais naquele casaco que você não usa há um bom
tempo, alguém sendo gentil, uma oferta de emprego com possibilidades, alguém
para confiar, um pote de sorvete napolitano num fim de tarde no domingo, um
ônibus chegando exatamente ao mesmo tempo que você no ponto, saudações e
nascimentos.
Vai haver momentos ruins, torturantes,
nauseantes e que às vezes dão cabo a muitas vidas. Mas se dá para ter os bons
momentos, motivadores e de esperança - e dá - que tenhamos, independente da
quantidade, e que sejamos felizes, eternamente enquanto durar.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Beijo Marlboro
Geralmente é vermelho e forte.
Preso levemente entre os lábios, a fumaça entra na boca com uma leve sugada,
invade a garganta ferozmente e ocupa o pulmão por pouquíssimos segundos até
fugir à nossa triste realidade novamente. É densa e branca, expelida pela boca
em forma de uma grande baforada de desabafo. Devia ser sufoco, mas é
prazer que mata aos poucos. Lentamente nosso vício vai nos levando, desta vez,
juntos.
Ele fuma seu cigarro, enquanto
eu fumo o meu. Quem acha o isqueiro primeiro acende o cigarro de ambos. Às
vezes dividimos o mesmo e tem se tornado cada vez mais comum colocarmos o
cigarro um na boca do outro sem perguntar se é mesmo isto que o outro quer. A
gente sabe que precisa de mais uma tragada.
A fumaça que eu passei
diretamente da minha boca para a dele pude notar que demorou em voltar para
fora. Talvez ele quisesse um pouco do ar dos meus pulmões nos dele por mais
tempo, ou era só exibição da sua capacidade respiratória.
Andamos agarrados, nossas
bocas não se descolam nem mesmo se estivermos caminhando ou dançando. É o que chamariam de sintonia. Uma perfeita
harmonia boa para relações que estão se iniciando, olhos sempre atentos
conversando. Isto fará muita falta quando acabar, então aproveito o hoje
pensando que o amanhã não existe. Não me preocupo. Tudo vai ser como tiver de ser,
porque, agora, eu não espero nada além do próximo cigarro.
“Acende logo esta porra enquanto
a gente não se beija.”
penso, porém não falo.
Eu uso meu isqueiro para acender o seu cigarro, ele traga e abre um sorriso.
Eu uso meu isqueiro para acender o seu cigarro, ele traga e abre um sorriso.
Então acendo o meu, desabrochando.
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